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Aliados de Lula defendem Moraes por usar TSE para investigar apoiadores de Bolsonaro



Pelo menos dois aliados muito próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saíram em defesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a revelação de que ele teria utilizado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fora dos ritos processuais para investigar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Uma reportagem da Folha de São Paulo publicada na terça (13) aponta que o gabinete do ministro teria solicitado informalmente à Justiça Eleitoral a produção de relatórios para subsidiar suas decisões então como presidente da Corte eleitoral, como no inquérito das fake news que tramita no STF.

Entre os aliados de Lula, o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) chamou a publicação de “sensacionalista” e que “não corresponde à verdade”. “A matéria só tem o efeito de alimentar o movimento de tentar desacreditar o STF para incidir no julgamento do inelegível [Bolsonaro]”, disse.

Já o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirmou que é uma “infelicidade” e uma “irresponsabilidade enorme” comparar a atuação de Moraes com a de integrantes da operação Lava Jato. Ele foi um dos advogados que contestou a prisão de Lula em 2018.

“É o mínimo que se espera e é absolutamente normal que o ministro dê a linha do que tem que ser julgado. Ele é o ministro. Eu não tenho nenhum tipo de preocupação. Seguramente, o ministro Alexandre de Moraes é um homem extremamente rigoroso. Fazer uma comparação de questões absolutamente desiguais é má-fé”, disse Kakay.

Apesar da manifestação destes aliados, outros mais próximos de Lula ainda mantém cautela e não comentaram a revelação sobre a atuação de Moraes quando ocupava a presidência do TSE.

De acordo com a apuração, Moraes teria investigado apoiadores de Bolsonaro e comentaristas políticos de direita com base em relatórios obtidos informalmente junto à Justiça Eleitoral. Essas ações estariam ligadas ao inquérito das fake news, tanto durante quanto após as eleições de 2022.

Conforme informações apuradas pela Folha de São Paulo, o setor de combate à desinformação do TSE teria atuado como uma espécie de braço investigativo do gabinete de Moraes. O magistrado teria utilizado os relatórios produzidos pela Corte eleitoral para embasar o inquérito das fake news no STF, independentemente da relação direta com as eleições presidenciais.

A publicação revela que a Folha teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp entre assessores de Moraes, incluindo conversas entre o juiz instrutor Airton Vieira, assessor mais próximo de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, então perito criminal responsável pela Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE.



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