Região

Apae identifica três descartes informais e afasta outro funcionário


Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (22) na sede administrativa da Apae Bauru, localizada na rua Rodrigo Romeiro, a nova presidente, Maria Amélia Moura Pini Ferro, afirmou que a sindicância interna identificou três descartes realizados na propriedade rural às margens da rodovia Cezário José de Castilho, onde a Polícia Civil encontrou os óculos de Claudia Lobo, secretária executiva da entidade que desapareceu no dia 6 de agosto. O caso é tratado como homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Além disso, a presidente negou que o terreno esteja vinculado à Apae.

Descarte informal

Segundo a presidente, o local não é utilizado oficialmente pela entidade e não nenhum tipo de contrato formal. “A Apae utiliza os Ecopontos da cidade de Bauru para fazer os descartes que são necessários”, afirmou Maria Amélia.

Sobre o terreno alvo das investigações, a presidente informou que “a partir do momento em que houve essa denúncia, nós fomos investigar planilhas de deslocamento de veículos e verificamos que ocorreram três descartes nesse local: uma semana antes, uma do dia [do desaparecimento de Claudia Lobo] e uma semana depois”.

“Não era oficial da Apae, nós constatamos isso. Não eram pessoas que faziam isso formalmente, não era o local usado pela Apae. Saiu que era um terreno da Apae, não é”, reforçou o vice-presidente Emerson Crivelli. Além da presidente e do vice, participaram da coletiva de imprensa o membro do conselho fiscal, José Francisco Sandrin, e a advogada da Apae Bauru, Gabriela Alonso.

De acordo com a diretoria, o material descartado foram relatórios de inviabilidade de testes do pézinho, que são realizados pelo laboratório da Apae no endereço da rua Rodrigo Romeiro. A entidade não descartou a hipótese de que outros materiais relacionados à instituição possam ter sido queimados. 

Sendo a diretoria, a sindicância interna deve apurar quem e quando os descartes foram feitos. A diretoria reforçou que colabora com as investigações e “está abrindo totalmente para a polícia, atendendo e respondendo tudo que está sendo questionado”. Maria Amélia afirmou ainda que representantes da Federação das Apaes (FEAPAES-SP) estiveram na unidade de Bauru e “saíram muito satisfeitos com as medidas que estamos tomando”.

Funcionário investigado

Maria Amélia Moura Pini Ferro afirmou que um funcionário da Apae Bauru, responsável pelo almoxarifado da entidade, é alvo das investigações e foi afastado desde o primeiro dia em que a polícia buscou informações sobre ele. O funcionário teria deixado a unidade escoltado por policiais há cerca de 10 dias.

“Esse funcionário está em licença. Achamos por bem que ele não se aproximasse da Apae, se houver algum envolvimento no caso, que isso fique afastado para que não haja nenhuma alteração, alguma evidência que possa existir”, afirmou a nova presidente.

A diretoria não soube informar com exatidão se o funcionário se ausentou do trabalho no dia em que Claudia Lobo foi vista pela última vez.

Material coletado

A Polícia Civil informou na quarta-feira (21/08), que os materiais apreendidos na propriedade rural às margens da rodovia Cezário José de Castilho, – onde também foi encontrado o par de óculos de Claudia – segundo laudo preliminar, aparentemente, se tratam de fragmentos de ossos humanos. Os materiais foram analisados preliminarmente pelo IML local e estão sendo enviados ao Núcleo de Biologia em São Paulo para confronto com as amostras de DNA já recolhidas do veículo da Apae, de pertences pessoais da secretária-executiva da entidade Claudia Regina Rocha Lobo e de amostra da filha dela.

Busca e apreensão

Na manhã de quinta-feira, a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na sede administrativa. Policiais efetuaram buscas no gabinete da presidência e também na sala de arquivos da sede administrativa da instituição. Segundo a nova presidente, com acompanhamento da equipe de TI, a investigação busca acessar os servidores e computadores utilizados por Rodrigo Franc e Claudia. 

Colarinho branco

A Apae  Bauru abriu a sindicância interna após ser informada, pela imprensa, que a Polícia Civil instaurou um segundo inquérito para apurar ‘Crime do Colarinho Branco’. A decisão foi anunciada pela entidade nesta quarta-feira (21) “em que se pese a associação possuir o parecer de auditoria independente”, informou nota assinada pela nova presidente Maria Amélia Moura Pini Ferro. A diretoria executiva destaca, na mesma nota, trabalhar efetivamente para averiguar e tomar providências internas.

Ainda na coletiva, a Apae afirmou que, até o momento, não foram identificadas divergências contábeis nos caixas ou relatórios da instituição. Destacou, ainda, que a apuração segue e que o resultado dela vai auxiliar no resgate da imagem da instituição.

A primeira coletiva de imprensa sobre o caso começou com agradecimentos de Maria Amélia Moura Pini Ferro direcionados à imprensa. “Vocês têm separado a Apae desse acontecimento horrível. “Vocês têm lembrado de forma muito profissional que a Apae presta um serviço de excelência, temos 300 funcionários que todos os dias estão à frente da entidade atendendo seus 4 mil usuários. A Apae precisa ser preservada desse evento terrível”, disse ao abrir a coletiva.

Por Redação

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