A aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou a reagir após ter sofrido uma queda há dois meses e agora já empata tecnicamente com a desaprovação. De acordo com a nova rodada da pesquisa de avaliação realizada pelo PoderData divulgada nesta quarta (31), empatam no limite da margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Segundo o levantamento, a aprovação recuperou de 45% para 47%, enquanto que a desaprovação caiu de 47% para 43%. Outros 9% não souberam opinar. A pontuação, no entanto, é menor do que a registrada há 18 meses, no começo deste terceiro mandato, quando Lula tinha uma boa avaliação para 52% dos entrevistados – 39% tinham uma posição negativa.
A análise do PoderData aponta que “essa inversão nas curvas se deu depois de uma ofensiva de marketing de Lula. O presidente deu oito entrevistas para rádios de várias partes do país, uma entrevista para TV e visitou 18 cidades para inaugurar ou anunciar obras e apoiar candidatos a prefeito apoiados pela esquerda”.
A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 29 de julho e coincidiu com a convocação de rede nacional para o pronunciamento de Lula no último domingo (28). A fala de sete minutos, diz o instituto, também pode ter ajudado a aumentar a avaliação positiva do presidente – “descrevendo tudo o que considera avanços de sua administração”.
Os percentuais dos que consideram o trabalho pessoal de Lula como “ruim/péssimo” caíram 6 pontos desde maio de 2024, passando de 37% para 31%. A mesma taxa é registrada para aqueles que avaliam o trabalho do presidente como “bom/ótimo”.
Aqueles que consideram o desempenho de Lula “regular” são 32%, um aumento de 18 pontos percentuais desde a posse e 10 pontos desde o início de 2024. Essa taxa é um alerta para Lula, pois pode indicar uma tendência de migração para a taxa negativa.
A pesquisa também estratificou os dados por faixas demográficas e apontou que a administração petista é mais bem avaliada por jovens de 16 a 24 anos (63%) e por idosos de 60 anos ou mais (57%). Regionalmente, a aprovação é maior no Nordeste (55%) e no Sudeste (50%).
Por outro lado, a desaprovação é mais alta entre moradores das regiões Centro-Oeste (54%), Norte (52%) e Sul (51%), além daqueles que ganham mais de cinco salários mínimos (52%).
Os fiéis das duas maiores religiões do país também se mantêm em posições antagônicas quanto à avaliação do governo. Entre os católicos, 56% aprovam a administração de Lula, enquanto 58% dos evangélicos a desaprovam.
A pesquisa também analisou a aprovação do governo em relação ao voto no segundo turno de 2022. Dos eleitores que votaram em Lula, 14% desaprovam o governo, enquanto 81% o aprovam. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), 11% aprovam a administração petista e 84% a desaprovam.
Metodologia: o PoderData ouviu remotamente, por sistema eletrônico, 2,5 mil pessoas em 202 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal entre os dias 27 e 29 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com grau de confiança de 95%.