O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça (13) que a esquerda brasileira tem um “plano de dominação do povo” ao proibir o acesso às armas e munições no mercado legal. A crítica dele sobre isso é uma constante desde o começo do terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que revogou parte da flexibilização decretada por ele no governo passado.
A crítica de Bolsonaro ao governo Lula dessa vez ocorre após o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) começar a andar de carro blindado durante a campanha eleitoral à prefeitura de São Paulo, embora tenha declarado à Justiça um carro popular – um Celta ano 2009/2010, frequentemente citado por ele.
“Desarmamento pra você, carro blindado e seguranças armados pra mim”, disse Bolsonaro em uma postagem nas redes sociais com uma imagem de Boulos (veja na íntegra).
Ainda na mesma postagem, Bolsonaro diz que a restrição de acesso às armas pela população vai pelo caminho contrário em que criminosos se equipam com estes artefatos – a maioria de material bélico que não é vendido no mercado legal.
“A tônica da esquerda de impedir a defesa do cidadão de bem (pessoas dentro da lei e dispostas a cumprir rígidas etapas para adquirir uma arma de fogo para defesa pessoal e de sua família), não é mera coincidência. Tudo é parte um plano de dominação do povo, com criminosos fortemente armados utilizando material bélico, em sua maioria, não vendido no mercado legal e quando feito, é algo tão caro que é praticamente impossível de aquisição de um cidadão normal”, ressaltou o ex-presidente.
Ainda de acordo com ele, sua gestão reduziu “historicamente” a quantidade de invasões de propriedade e de assassinatos.
A crítica de Bolsonaro com relação às restrições de acesso às armas pela população e o aumento do arsenal de grupos criminosos ocorre no momento e que o próprio governo discute uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que pretende aumentar a presença da União na segurança pública dos estados.
A PEC está sendo formulada pelo ministro Ricardo Lewandowski (Justiça) e já foi apresentada a Lula e a ministros que já atuaram como governadores, como Camilo Santana (Educação) e Rui Costa (Casa Civil).
Na última sexta (9), Lewandowski falou aos governadores do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) sobre a proposta, que cobraram um diálogo com “amplo debate” entre os estados e o governo federal “para atender ao desafio de se criar soluções conjuntas na área”.
Lula ressaltou, também na semana passada, que se reunirá com os 27 governadores brasileiros para apresentar a proposta e ouvir sugestões e críticas. A intenção do governo é formular diretrizes nacionais e ampliar a atuação das polícias Federal e Rodoviária Federal, com a alegação de que as organizações criminosas hoje atuam nacionalmente, e que as autoridades estaduais – atribuídas constitucionalmente da segurança pública – podem não estar dando conta de contê-las.