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Brasil não fez proposta de novas eleições na Venezuela



O assessor para assuntos especiais da presidência, o embaixador Celso Amorim, afirmou que o Brasil não fez proposta para novas eleições na Venezuela. O assunto teria sido ventilada na última semana durante reunião ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com seus ministros. Amorim afirma oficialmente, contudo, que o tema é só uma “ideia”.

“Eu não fiz uma proposta. Nós nunca fizemos uma proposta para novas eleições. É um tema. Eu ouvi isso uma primeira vez, não posso dizer de quem, mas foi de um brasileiro em um desses muito contatos. O que é curioso de novas eleições, é que tanto um quanto o outro, poderia aceitar facilmente, não é? Se eles ganharam, eles disseram que ganharam, ganhariam de novo”, disse o embaixador durante Comissão de Relações Exteriores no Senado Federal. A declaração de Amorim acontece em um contexto em que a diplomacia brasileira e Lula evitavam fazer críticas à Venezuela.

A presença de Amorim no Senado Federal foi um requerimento da senadora Tereza Cristina (PP-MS), para que o ex-chanceler pudesse prestar esclarecimentos sobre sua presença durante as eleições na Venezuela, que ocorreram no dia 28 de julho. O ex-chanceler foi o enviado do presidente Lula para o pleito venezuelano. Amorim atua como o chanceler de fato do Brasil, segundo analistas.

Após as votações, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou a reeleição do ditador Nicolás Maduro após a apuração de 80% das urnas. O anúncio, contudo, foi feito sem a devida comprovação, o que gerou contestação dos resultados pela oposição. Representada pelo embaixador Edmundo González nas eleições, a oposição venezuelana afirma que González é o vencedor do pleito e divulgou milhares de atas eleitorais para comprovar sua vitória.

O Brasil ainda não reconheceu a reeleição de Maduro anunciada pelo CNE – que age sob influência de Maduro – mas também não reconhece as atas divulgadas pela oposição. De acordo com Amorim, chancelar atas da oposição e não de um “órgão oficial” não seria um bom precedente.

“O dilema que agente tem hoje é que se tem de um lado um candidato, que é o presidente, que diz que ganhou mas não mostra as atas. Do outro lado, um grupo da oposição que tem as atas… Mas como nós poderíamos no futuro, se isso é um bom precedente, reconhecer um presidente de que dispunha a oposição? É preciso ter uma solução que seja correta e que seja certa”, pontuou.

Nesse momento, Brasil, Colômbia e México, pressionam o regime de Nicolás Maduro a divulgarem as atas que comprovem o resultado divulgado pelo CNE para reconhecer ou questionar sua reeleição.



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