O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural Municipal (Codepac) aprovou na terça-feira (16/07), o tombamento do Ginásio Panela de Pressão, seus vestiários, cantina e uma trave de futebol de madeira antiga. O espaço foi construído em 1956 e pertence ao Esporte Clube Noroeste. A diretoria do Norusca, por sua vez, é contra a decisão.
Segundo o presidente do Codepac, Edmilson Queiroz Dias, o tombamento tem por objetivo proteger os bens materiais que tenham um significado relevante para a história e memória da cidade. “Isso não impede a utilização desses espaços, podendo até haver reformas para outras formas de usos”, explica.
O presidente afirma que essas ações protegem o patrimônio cultural e preservam os espaços para que não sejam destruídos ou descaracterizados. Os proprietários desses bens também recebem uma redução de até 50% do valor do IPTU.
“O Panela de Pressão é um conjunto muito bonito, uma casca de concreto projetada pelo arquiteto Ícaro de Castro Mello, especialista em arquitetura esportiva”, conta Edmilson. Segundo ele, a trave de madeira que também seria tombada foi feita pelo setor de marcenaria da antiga Ferroviária e é original do Estádio Alfredo de Castilho — que chegou a pegar fogo em 1958.
Um local tombado passa a ter novas regras e quaisquer restaurações precisam ser autorizadas pelo Conselho. Essas reparações também podem se tornar mais caras e mais demoradas porque os imóveis não podem ser descaracterizados. Além disso, o estado de conservação de um bem tombado é responsabilidade de seus proprietários.
Por meio da assessoria de imprensa, a diretoria do Noroeste informou que é contra o tombamento do seu ginásio, medida que impossibilitaria mudanças na sua área externa. Especialmente neste momento em que o clube está em reta final de transição para Sociedade Anônima de Futebol (SAF).
A aprovação
A aprovação do tombamento caberá à prefeita Suéllen Rosim (PSD). A decisão do conselho resultará em uma resolução, na qual são detalhados os itens tombados. O documento sai Diário Oficial. Depois, seguirá para a prefeitura e pode ser validado ou não, como explica a diretora do departamento de proteção ao patrimônio cultural Olga Susana Araújo. Caso seja aprovado, o Noroeste terá quinze dias para contestar administrativamente a medida, segundo o Artigo 143 do Decreto Estadual no 13.426.
O Panela de Pressão
O ginásio recebeu esse nome devido às festas de carnavais que eram sediadas no espaço nas décadas do século passado. O nome “pressão” surgiu porque o carnaval “fervia”, conta a assessoria do Noroeste.
Hoje, Panela de Pressão é palco dos jogos do Bauru Basket, que aluga o espaço do Norusca. Também já foi sede do Sesi Vôlei Bauru antes da existência do Ginásio Paulo Skaf, inaugurado em 2021.
Por Jornal da Cidade
Compartilhe nas Redes Sociais