O dólar alto e o último reajuste de R$ 0,20 aplicado pela Petrobras sobre o preço da gasolina elevaram os preços dos combustíveis em Bauru, fazendo com que o produto derivado do petróleo voltasse a se aproximar da casa dos R$ 6,00. Nesta semana, alguns postos já estão comercializando o litro da gasolina a R$ 5,99 e do etanol, a R$ 3,99.
Segundo a Associação de Revendedores de Combustíveis de Bauru e Região (Arcomb), a alta é justamente de R$ 0,20 na comparação com a primeira semana de julho, antes do anúncio da Petrobras sobre o reajuste, em vigor desde o dia 9, em um cenário de pressão cambial. A estatal não aumentava o preço da gasolina desde agosto de 2023.
Desde julho de 2022, o valor médio do produto não chegava a este patamar ao consumidor final, em Bauru. Em maio daquele ano, o litro do combustível chegou a custar mais de $ 7,00.
Em 2024, o dólar rompeu a barreira dos R$ 5,00 no início de abril, quando o preço médio da gasolina em Bauru era R$ 5,43 e do etanol, de R$ 3,29, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em 2 de julho, a moeda estadunidense chegou ao pico de R$ 5,67 e, nesta terça-feira (16), fechou em R$ 5,43.
Esta valorização também ajudou a pressionar o preço do etanol visto que, diante da cotação favorável do açúcar no mercado externo, os produtores reduziram a produção do combustível derivado da cana-de-açúcar.
Assim como, pelo princípio de mercado da oferta e demanda, menos etanol disponível provoca reajustes, a alta da gasolina – combustível que compete com o álcool no abastecimento de veículos flex – também contribui para a elevação do litro do concorrente. “E, por conta do dólar alto, em algum momento, o governo também terá de reajustar o preço do diesel, que vai bater os R$ 7,00”, frisa Edivaldo Tuschi, presidente da Arcomb.
Ele afirma que as distribuidoras têm comercializado o litro do etanol a aproximadamente R$ 3,55 aos postos de combustíveis e o da gasolina, a R$ 5,45. Faz um alerta, portanto, aos consumidores a respeito de estabelecimentos que estiverem vendendo estes produtos a valores muito abaixo que os de mercado e até os de custo.
“Isso pode estar ocorrendo por três variáveis, uma delas a sonegação de impostos. Outra é a adulteração e temos notícias de muitos postos no País adicionando metanol ao etanol, que é mais barato e extremamente tóxico, inclusive com casos de morte, já. A terceira é a fraude na medição do volume de combustível na bomba. Tudo para predar a concorrência”, lamenta.
Para se ter ideia, em 2023, a ANP registrou recorde de flagrantes de combustíveis batizados com metanol. No período, foram elaborados 187 autos de infração, o maior número desde que a agência passou a realizar este tipo de fiscalização, em 2017. “A Arcomb está em contato com autoridades para verificar o que é possível ser feito, porque, por mais que haja fiscalizações, infelizmente, a empresa que tem o registro cassado faz uma nova inscrição e volta a trabalhar com outro nome”, completa.
Por JCNET
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