A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, voltou a disparar contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizendo que ele “faz política” e que é chefiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração foi dada um dia depois do chefe da autoridade monetária ser homenageado em uma sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em que disse que a autonomia do Banco Central está sendo efetivamente testada pela primeira vez, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Campos Neto e Lula vivem uma relação conflituosa desde o início do governo por conta da taxa básica de juros, em que o petista pressiona por uma queda mais acentuada e nomina a ele as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom).
“É assim que planejam voltar ao governo em 2026: sabotando o governo Lula com o veneno dos juros, tocando o terror no mercado e mentindo muito, como ensina Bolsonaro, o chefe de todos eles”, atacou Gleisi na manhã desta terça (11) em uma rede social.
Para a presidente do PT, Campos Neto age politicamente ao participar de “convescotes, jantares, conversas e homenagens com políticos de oposição e com o ‘mercado’”. “Ele não tem nada de técnico, é político”, disparou.
Gleisi Hoffmann o comparou a outros líderes de bancos centrais estrangeiros que, diz, não agem como ele, como Jerome Powell (Federal Reserve, dos EUA) e Cristine Lagarde (Banco Central Europeu).
“Depois de obrigar o país a pagar R$ 800 bilhões em juros da dívida em 12 meses, Roberto Campos Neto jantou com Tarcísio Freitas (Republicanos-SP) no Palácio Bandeirantes. Foi a festa dos bolsonaristas para comemorar o prejuízo causado à economia e à população”, completou.
Campos Neto recebeu a medalha de Honra ao Mérito Legislativo, em uma cerimônia que contou com a presença, ainda, do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas; do ex-governador paulista João Doria; de Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entre outros.
Apesar das críticas constantes de Lula, do PT e de aliados, Campos Neto disse que a troca de governo entre Bolsonaro, que o indicou ao Banco Central, e o petista foi “relativamente estável” apesar de “ter sido uma eleição muito polarizada”.