O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou nesta quarta (3) que o câmbio do dólar vai se acomodar nos próximos dias após a escalada que fez a moeda bater a cotação recorde de R$ 5,69 nesta semana. Ele foi questionado na saída do lançamento do Plano Safra para agricultura familiar no Palácio do Planalto.
“O câmbio vai acomodar. [Com] tudo que nós estamos fazendo e entregando, e os compromissos do presidente”, disse o ministro.
Ele ainda afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem “compromisso de vida” com a responsabilidade fiscal: “é um compromisso de vida toda do presidente. Quem vai ensinar isso pro presidente? Está no décimo ano de governo”, afirmou em referência aos dois primeiros mandatos do presidente além do atual.
Lula também comentou sobre a escalada do dólar durante a cerimônia no Planalto, afirmando que “aqui, nesse governo a gente aplica o dinheiro que é necessário, a gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário”.
O presidente complementou e disse que “a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003. E a gente manterá ele à risca”.
Mais cedo, durante a reunião do Conselho da Federação, Lula pontuou a questão da responsabilidade fiscal e afirmou que “toda vez que a gente apresentar uma proposta de política de maior benefício no município, é importante que a gente apresente com que dinheiro vai ser financiado essa questão”.
Lula e Haddad se reuniram pela manhã no Palácio da Alvorada para discutirem as recentes tensões com o mercado financeiro que fizeram o dólar disparar, principalmente após críticas dele ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O presidente, no entanto, evitou comentar sobre o que se discutiu na reunião e afirmou a jornalistas, ao chegar no Planalto, que falaria apenas sobre “arroz e feijão”. A fala é encarada como uma resposta aos pedidos de ministros e assessores para que ele modere o discurso contra Campos Neto e o mercado financeiro em geral.
Isso porque Lula chegou a disparar contra o mercado de que haveria um “jogo de interesse especulativo contra o real”, que acabou levando à desconfiança de analistas e fez o dólar disparar.
Logo mais, às 16h30, eles se reúnem com as ministras Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão em Serviços Públicos) para discutir medidas de contenção à alta da moeda norte-americana e cortes nos gastos do governo para cumprir a meta de zerar o rombo nas contas públicas neste ano.
Também vão participar da reunião o ministro Rui Costa (Casa Civil) e o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan.