O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça (16) não ver problema em ter um déficit nas contas públicas se for para investir em áreas essenciais que façam a economia se desenvolver. A afirmação ocorre após semanas de desconfiança do mercado financeiro sobre a responsabilidade fiscal do governo e que só foi amenizada após ele e o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, virem a público confirmar que o governo está comprometido em alcançar o equilíbrio.
Lula minimizou a importância de um pequeno déficit fiscal e defendeu a prioridade de investimentos em áreas essenciais, como saúde e educação, para promover o crescimento do país.
“Não tem nenhum problema se é déficit zero, se é déficit 0,1%, se é déficit 0,2%. O importante é que este país esteja crescendo, que a economia esteja crescendo, que o emprego esteja crescendo, que o salário esteja crescendo”, disse Lula em entrevista à TV Record que será exibida à noite, mas que já teve trechos divulgados.
Para ele, o governo não deve se obrigar a cumprir metas fiscais rígidas se houver “coisas mais importantes para fazer”. “Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer. Esse país é muito grande, esse país é muito poderoso”, completou.
Apesar de retomar a dúvida sobre a responsabilidade fiscal, Lula reforçou que tem compromisso com a estabilidade política, jurídica, fiscal, econômica e social, afirmando que tem mais seriedade do que aqueles que “dão palpite nesta questão”.
“Responsabilidade fiscal eu não aprendi na faculdade, eu trago do berço”, declarou em referência a discursos recentes em que sempre cita a mãe, Dona Lindu, como exemplo de gestão das contas públicas.
Lula também destacou que muitos dos gastos considerados como tal são, na verdade, investimentos. “Às vezes eu fico irritado porque eu não sou marinheiro de primeira viagem. Eu sou o presidente da República mais longevo desse país depois de Getúlio Vargas e Dom Pedro II. Eu tenho experiência de administração bem-sucedida”, completou.