Brasil

Ramagem refuta operação da PF



O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), se posicionou nesta sexta-feira (12), pelas redes sociais, sobre as novas acusações de espionagem na agência durante a sua gestão.

A quarta fase da Operação Última Milha, desencadeada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta (11), aponta que membros dos Três Poderes da República e jornalistas foram espionados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), e que o órgão foi usado para proteger os filhos do ex-presidente em investigações.

A PF investiga, desde outubro do ano passado, um suposto esquema de espionagem ilegal de pessoas públicas que eram consideradas opositoras a Bolsonaro, no período em que a agência era dirigida por Ramagem, então diretor-geral e agora deputado federal pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.

Segundo Ramagem, a última operação da PF, “despreza os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”. Ele também alega que o “tal do sistema first mile, que outras 30 instituições também adquiriam, parece ter ficado de lado”.

Ramagem ainda acrescenta que “a aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possível desvio de uso para corregedoria”. “A PF quer, mas não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin.

“Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas na verdade não. Não se encontram em first mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de whatsapp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, explicou o deputado.

Possíveis influências na Abin

Sobre possíveis influências na Abin, Ramagem disse que “não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro”. “A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial”, completou.

O ex-diretor também mencionou que a Procuradoria Geral da República (PGR) “não foi favorável às prisões da operação, mas a Justiça desconsiderou a manifestação”.

“Há menção de áudio que só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional”, disse.

Por fim, o deputado declarou que, “finalmente”, ele será ouvido na PF, “a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa”. Ele deve depor sobre o caso na próxima quarta-feira (17).

“No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro”, concluiu.



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