O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru (Codepac) tornou o Sanduíche Bauru patrimônio cultural imaterial da cidade. Em resolução publicada no Diário Oficial do Município no último dia 31 de outubro, o colegiado também incluiu a receita na categoria Modo de Fazer do Livro de Registro de Saberes, registrando que o famoso lanche é feito com pão francês sem o miolo na metade superior, fatias frias de rosbife com sal, tomate em rodelas com orégano e queijo amarelo derretido na água.
Outro ingrediente tradicional, o pepino em conserva, foi adotado posteriormente e também pode ser utilizado, acrescenta o Codepac. Os conselheiros votaram por tornar o Sanduíche Bauru patrimônio cultural imaterial do município em reunião realizada em 22 de outubro, lembrando, entre outros fatores, que o lanche já é patrimônio imaterial do Estado de São Paulo por força de lei de 2018.
Na resolução, o conselho relembrou o histórico da iguaria, desenvolvida em 1937, no estabelecimento Ponto Chic, no Largo do Paissandu, na Capital, pelo então estudante Faculdade de Direito do Largo São Francisco Casimiro Pinto Neto, conhecido como “Bauru” por seus colegas, ensejando um exemplo de identidade com o território, a partir de um elemento cultural imaterial que se expandiu nacional e internacionalmente.
E foi justamente por esta notoriedade que receitas diversas passaram a ser produzidas no País, o que justifica o registro de sua forma de preparo. E, segundo o Codepac, o Sanduíche Bauru é o primeiro bem cultural imaterial da cidade anotado no Livro de Registro de Saberes como Modos de Fazer.
A resolução destaca, ainda, que adaptações à receita base são livres, desde que não se faça uso comercial ou institucional das expressões “legítimo Sanduíche Bauru”, “o verdadeiro Bauru” e outras similares.
História
Proprietário do Ponto Chic, Rodrigo Alves conta que Casimiro Pinto Neto era cliente fiel do estabelecimento e, por ter nascido em Bauru, Casimiro carregou o nome do município como apelido e criou o famoso sanduíche, tornando-o o prato mais pedido da casa dali em diante.
Segundo Alves, o estudante chegou certo dia ao local com fome e pediu para o sanduicheiro Carlos – hoje já falecido – abrir um pão francês, tirar o miolo, colocar queijo derretido e fatias de rosbife para acrescentar um pouco de albumina e proteína, além de tomate como a porção de vitamina.
O restante do relato de Casimiro é o que segue. “Quando eu estava comendo o segundo sanduíche, chegou o Quico (Antonio Boccini Jr.), que pegou um pedaço e gostou. Aí ele gritou para o garçom, que era um russo chamado Alex: ‘me vê um desses do Bauru. Os amigos foram experimentando e assim ficou o nome Bauru”.
Por JCNET
Compartilhe nas Redes Sociais